28 de fevereiro de 2010

Pinho

Manuel Henriques de Pinho nasceu no dia 21 de Setembro de 1929 em Oliveira de Azeméis.
Iniciou-se no futebol nas camadas jovens do U.D. Oliveirense e em 1948/49 integrou o plantel sénior tendo assumido desde logo a titularidade.
Em 1949/50 foi contratado pelo Futebol Clube do Porto.
A sua estreia de Dragão ao peito aconteceu no dia 21 de Março de 1954 no Campo da Tapadinha em Lisboa onde os portistas foram empatar 3-3 com o Atlético C.P. numa partida a contar para a 21ª jornada do Campeonato Nacional da época de 1953/54.
Começou por encontrar a forte concorrência de Barrigana. Enquanto esteve tapado na equipa de futebol principal do F.C. Porto pelo célebre "Mãos de Ferro", o jovem Pinho acedeu ao convite de Manuel Dias Saúde, seccionista no andebol do clube azul e branco, para integrar a equipa de andebol de 7. Com muitos e reconhecidos méritos, Pinho acabou sendo um notável guarda-redes da equipa de andebol, sagrando-se Campeão Regional e Nacional naquela modalidade ao serviço do F.C. Porto em 1953/54.
Com a chegada do treinador Dorival Yustrich ao comando técnico dos Dragões, em 1955, Pinho assumiu a titularidade e foi fundamental para a conquista do Campeonato Nacional de 1955/56, tal como na vitória da Taça de Portugal da mesma temporada.
Numa deslocação ao Brasil pelo F.C. Porto, Pinho foi apelidado de “Rato do Maracanã” devido às suas fantásticas defesas que realizou contra o Fluminense F.C.. Muito corajoso e arrojado na forma como se fazia pés dos adversários e muito rápido na execução de defesas, o guarda-redes Pinho surpreendia também pela sua agilidade quase felina e na forma repentista e rápida de actuar, capaz de protagonizar milagrosas intervenções. No período mais conturbado e indefinido da sua carreira no F.C. Porto, Pinho revelou-se sempre com um amplo espírito competitivo e crença nas suas capacidades. Era aplicado e nos treinos estava sempre pronto a aprender com os mais velhos e ajudar na progressão dos mais novos.
Pinho jogou no F.C. Porto até ao final da época de 1958/59 praticamente sempre como guarda-redes titular dos azuis e brancos. Nesse período venceu novamente a Taça de Portugal na temporada de 1957/58 numa final frente ao S.L. Benfica, que os portistas, venceram por 1-0.
Em 1958/59, Pinho voltou a sagrar-se Campeão Nacional, no que foi a sua última temporada com a camisola dos Dragões.
Ao serviço do F.C. Porto, Pinho conquistou 6 títulos e disputou 87 partidas oficiais.
Na temporada de 1959/60 transferiu-se para o V. Guimarães. Representou ainda o S.C. Salgueiros, Atlético C.P. e Lusitano F.C. de Vildemoinhos.
Posteriormente Pinho emigrou para França onde viveu durante muitos anos e onde viria a falecer.

Palmarés
2 Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão (Portugal)
2 Taças de Portugal
2 Taças Associação de Futebol do Porto

21 de fevereiro de 2010

Taça Arsenal

No dia 6 de Maio de 1948 escreveu-se uma das mais brilhantes páginas da história do Futebol Clube do Porto.
Os Dragões receberam a visita do Arsenal F.C. de Londres que se deslocou a Portugal para realizar duas partidas de carácter particular. O primeiro jogo foi no estádio Nacional no dia 3 de Maio contra o S.L. Benfica em que os ingleses venceram por 4-0. Não faltou quem dissesse após o jogo que se em Lisboa os ingleses tinha ganho por 4-0, no Porto iriam vencer por muitos mais. Mas a história iria ser bem diferente.
Nesse dia 6 de Maio, a cidade do Porto vestiu-se de gala para receber aquela que era considerada por muitos como a melhor equipa do mundo na altura. No estádio do Lima, o F.C. Porto agigantou-se e aos 20 minutos de jogo vencia por 3-0 com golos apontados por Araújo e dois de Correia Dias. O Arsenal F.C. ainda reduzio a desvantagem para 3-2, no entanto não foram capazes de impedir a grande vitória do Futebol Clube do Porto.
Foi um resultado e um jogo que aqueles que tiveram o privilégio de assistir de certeza que nunca esqueceram. De modo que um ano depois desse jogo, um grupo de sócios e adeptos portistas trataram de angariar fundos para a construção de um troféu digno daquela vitória para depois o oferecer ao F.C. Porto.
O majestoso troféu foi concebido na Ourivesaria Aliança e desenhado pelos escultores Marinho Brito e Albano França. O troféu consiste em duas peças, um relicário e uma taça totalmente de prata.
O relicário que pesa cerca de 120 quilos e mede 2,80 metros, é uma espécie de caixa assente em quatro dragões de prata, com quatro portas de cristal. O relicário é rematado com um grupo escultório constituído por uma figura de atleta, de joelho em terra, dominando um leão, que tem uma bola junto dele. Na mão direita o atleta ergue um facho, enquanto que na mão esquerda segura a bandeira do F.C. Porto. Por detrás dele, dominando toda a peça, a figura da vitória.
A taça de prata é constituída por três figuras esculturais de mulher, erguendo-se nas pontas dos pés, segurando a taça, circundada por três dragões dominados por três atletas que procuram alcançá-la para beberem dela o vinho da vitória.
Na sua construção gastaram-se 130 quilos de prata.
Para a concretização desse troféu, que era o maior em todo o mundo, os portistas gastaram cerca de 200 mil escudos, na antiga moeda em 1949, o que foi uma fortuna.
Ficam os nomes dos 6 impulsionadores desse projecto: Eduardo Soares, José Moreira, Ivo Araújo, Manuel Ferreira, Elói da Silva e Torcato Plácido.

14 de fevereiro de 2010

Ademir

Ademir Vieira nasceu no dia 21 de Outubro de 1951 em São Paulo; Brasil.
Estreou-se a nível profissional no Esporte Clube Santo André, até que foi contratado pelo S.C. Olhanense no início da época de 1972/73.
Em 1975/76 transferiu-se para o Futebol Clube do Porto.
A estreia com a camisola dos Dragões aconteceu no dia 7 de Setembro de 1975 no Estádio das Antas quando os portistas receberam e venceram o União de Tomar por 6-1, num jogo a contar para a jornada inaugural do Campeonato Nacional de 1975/76.
Na temporada de 1976/77 conquistou a Taça de Portugal. O F.C. Porto venceu na final o S.C. Braga por 1-0. Ademir apesar de não ter sido utilizado nesse jogo, participou em 4 partidas e marcou 2 golos na caminhada que levou os portistas até ao Jamor.
Mas foi na época de 1977/78 que Ademir entrou na história dos Dragões e nunca mais saiu da memória de todos os portistas que o viram vestido de azul e branco. Nessa temporada o F.C. Porto sagrou-se Campeão Nacional e foi Ademir o autor do golo que fez as bancadas do Estádio das Antas explodirem de alegria quando apontou o golo que empatou o jogo aos 83 minutos contra o S.L. Benfica na antepenúltima jornada do campeonato e que valeu o Título Nacional, que foi confirmado 15 dias mais tarde.
No final da época em que se sagrou Campeão Nacional, Ademir deixou o F.C. Porto. Representou os portistas durante 3 temporadas, conquistou 2 Títulos, disputou 68 partidas oficiais e marcou 26 golos.
Na temporada de 1978/79 esteve com um pé no Boavista F.C. mas acabou por viajar para Espanha onde representou o R.C. Celta de Vigo durante cinco épocas. Em 1983/84 regressou a Portugal e ao S.C. Olhanense. Depois ainda passou pelo Louletano D.C. e terminou a carreira no Imortal D.C. em 1987.

Palmarés
1 Campeonato Nacional da 1ª Divisão (Portugal)
1 Taça de Portugal

7 de fevereiro de 2010

Kulkov

Vassily Sergeyevich Kulkov nasceu no dia 11 de Junho de 1966 em Moscovo, Rússia.
Estreou-se como futebolista profissional em 1986 no F.C. Presnya de Moscovo. Em 1988 mudou-se para o F.C. Alania de Vladikavkaz e em 1989 foi contratado pelo F.K. Spartak Moscovo onde jogou durante quatro temporadas e venceu o campeonato da U.R.S.S. em 1989.
Chegou a Portugal no início da temporada de 1991/92 para vestir a camisola do S.L. Benfica. Representou o clube de Lisboa durante três épocas onde venceu a Taça de Portugal de 1992/93 e o Campeonato Nacional de 1993/94.
Na temporada seguinte foi contratado pelo Futebol clube do Porto.
A sua estreia com a camisola dos Dragões aconteceu no dia 11 de Setembro de 1994 no Estádio das Antas, onde os portistas receberam e venceram o C.F. União da Madeira por 3-0, num jogo a contar para a 3ª jornada do Campeonato Nacional de 1994/95.
Kulkov rapidamente ganhou a titularidade na equipa orientada por Bobby Robson e no final da temporada festejou mais um título de Campeão Nacional e a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira, ao derrotar o S.L. Benfica por 1-0 no jogo da finalíssima disputado em Paris.
No final dessa época deixou o F.C. Porto. Disputou 27 partidas, marcou 2 golos e conquistou 2 Títulos. Nas Antas apenas esteve um ano mas deixou espalhada a sua classe nos relvados nacionais e é hoje ainda um jogador recordado pelos adeptos portistas.
Em 1994/95 regressou à Rússia e ao F.C. Spartak Moscovo. Em 1995/96 Kulkov voltou a deixar a Rússia para se mudar para Inglaterra onde representou o Millwall F.C.. Voltou novamente à Rússia e mais uma vez ao F.C. Spartak Moscovo em 1996 e vence a Liga Russa. No ano seguinte transferiu-se para o F.C. Zenit onde esteve durante dois anos. Em 1999 mudou-se para o F.K. Krylya Sovetov de Samara. No início da temporada de 1999/2000 regressou a Portugal para ingressar no F.C. Alverca, onde teve a companhia do seu compatriota Sergei Ovchinnikov. No final dessa temporada Kulkov colocou um ponto final na sua carreira de futebolista.
Kulkov vestiu também a camisola da Selecção da Rússia por 21 vezes e marcou 4 golos.
Em 2002/03, estreou-se como treinador-adjunto no F.C. Maritimo Velense. Regressou depois à Russia onde manteve o mesmo cargo no F.K. Krimi em 2003, depois no F.K. Tom Tomsk em 2005, seguiu-se o F.K. Lokomotiv Moscovo em 2007 e entre 2009 e 2012 esteve na equipa B do F.K. Spartak Moscovo onde continuou a ser adjunto, passando no ano seguinte para a equipa de sub-21.
Vassily Kulkov faleceu no dia 10 de Outubro de 2020, vítima de doença prolongada.

Palmarés
2 Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão (Portugal)
1 Campeonato da União Soviética
1 Taça de Portugal
1 Taça da Russia
1 Supertaça Cândido de Oliveira