13 de dezembro de 2009

Simplício

Augusto Baptista Ferreira, mais conhecido por Simplício, foi um jogador do Futebol Clube do Porto que jogou na década de vinte.
Ingressou nos Dragões em 1923/24 e vestiu a camisola azul e branca até à época de 1929/30. Nessas sete temporadas, Simplício venceu o Campeonato do Porto em todas elas. Disputou 26 partidas oficiais e marcou 23 golos.
A sua estreia com a camisola do F.C. Porto aconteceu no dia 18 de Maio de 1924 no Campo da Constituição, quando os portistas receberam e venceram a Académica de Coimbra por 3-2, numa partida a contar para a 1ª eliminatória do Campeonato de Portugal da época de 1923/24. Uma estreia coroada com o golo da vitória que Simplício apontou aos noventa minutos.
Simplício ficou também conhecido e mesmo na história do F.C. Porto por ter desenhado o emblema como o conhecemos nos dias de hoje.
O emblema original do F.C. Porto era uma bola de futebol antiga de cor azul, com as inicias F.C.P. em banco.
Na Assembleia Geral realizada no dia 26 de Outubro de 1922, foi decidido alterar o emblema e a bandeira. O símbolo do clube passou a ter as armas que D. Maria II atribuiu ao Porto por Carta Régia em Janeiro de 1837. Estas são compostas por um escudo esquartejado que possui as armas reais (sete castelos e cinco quinas, tendo cada uma cinco besantes no interior) no primeiro e quarto quartéis e as antigas armas da cidade do Porto (a Virgem segurando o Menino, ladeados por duas torres) no segundo e terceiro quartéis, tendo no centro, sobre o ponto onde se unem os quatro quartéis, um coração, que representa o precioso legado que D. Pedro IV (pai de D. Maria II) deixou à cidade - segundo a sua vontade, o seu coração encontra-se guardado numa urna de prata na Igreja da Lapa. A orlar o escudo encontra-se o Colar e Grã-Cruz da Antiga e Muito Nobre Ordem da Torre e Espada de Valor Lealdade e Mérito, do qual pende a respectiva medalha (na qual estão escritas essas mesmas palavras: valor, lealdade e mérito). Sobre o escudo está a Coroa Ducal e o Dragão negro do poder, pertencente às antigas armas dos Senhores Reis destes Reinos, em cujo pescoço está uma fita com a palavra Invicta, título que D. Maria II atribuiu ao Porto, acrescentando-o aos que a cidade já possuía - Antiga, Mui Nobre e Sempre Leal.

Palmarés
7 Campeonatos do Porto

3 comentários:

dragao vila pouca disse...

Obrigado Simplício!

Mais uma página da nossa história, que fica para memória futura.
Agora, os mais novos, não podem argumentar que não sabem nada do F.C.Porto, desde a sua "criação", até aos dias de hoje. Não faltam páginas para ler e conhecer.

Um abraço

Anónimo disse...

Homenagem a Pavão

Jesualdo Ferreira prestou também um tributo a Pavão, futebolista dos Dragões que faleceu ao 13.º minuto da 13.ª jornada, num encontro com o Vitória de Setúbal, em Dezembro de 1973. «Pela coincidência de ser um jogo com o Vitória, queria fazer uma homenagem a um grande jogador, um amigo dos matraquilhos. Jogávamos na mesma equipa, nos juniores do Desportivo de Chaves, e pelas coincidências destes «13» não queria deixar de o fazer, para que todos os adeptos se lembrem do Fernando Pascoal das Neves. Porque o conhecia, porque éramos amigos e era um grande jogador, achei que era importante deixar esta homenagem».

Anónimo disse...

“Na noite de 26 de outubro de 1922, o FC Porto reuniu-se em assembleia geral extraordinária, convocada pela Direção, para discutir e aprovar duas propostas com profundo impacto na imagem e na identidade azul e branca. O serão, na sala do Centro Comercial do Porto, localizada na Praça Guilherme Gomes Fernandes, foi animado pela discussão de quase três horas entre os sócios presentes. Quando a reunião terminou, o brasão da cidade do Porto passou a fazer parte do emblema do clube.

A ideia de um novo símbolo, a incluir as armas da Invicta, já tinha muitos meses de ponderação e até transitou entre duas Direções. Quando os sócios do FC Porto foram chamados a aprovar a mudança, havia já para apresentar o emblema forjado no fogo da criatividade de Augusto Batista Ferreira, o célebre Simplício, avançado da casa e artista gráfico de profissão.

Simplício foi simples e eficaz: sobre a bola azul que era o emblema anterior, sobrepôs o brasão da cidade, que o FC Porto estava autorizado a utilizar por deliberação da Câmara Municipal do Porto. Na assembleia extraordinária de 26 de outubro, como se percebe através da ata da reunião, houve mais uma proposta em cima da mesa, levada pelo sócio Júlio Ferreira, mas viria a prevalecer o projeto da Direção, aprovado por unanimidade.

Ao vice-presidente Victor Hugo da Cal (irmão de Alexandre Cal: atleta, dirigente e primeiro treinador português da equipa principal de futebol do clube) coube a responsabilidade de apresentar o emblema concebido por Simplício e dar explicações numa assembleia em que também foi a votos a criação de um novo estandarte oficial.

Tanto o símbolo como, e sobretudo, a bandeira, potenciaram questões dos sócios, mas Victor Hugo da Cal contrapôs com a necessidade de uma decisão urgente e mostrou que a Direção também era avessa a isolar-se na responsabilidade da escolha, rejeitando uma proposta que pretendia atribuir esse poder aos dirigentes. A bandeira, tal como a conhecemos hoje, seguiu o mesmo caminho da unanimidade do emblema, que há 100 anos identifica o FC Porto em todo o Mundo”.

PJ