O inglês Norman Hall era uma estrela na equipa do Futebol Clube do Porto.
A residir em Portugal desde os 8 anos de idade, pouco depois deu os primeiros pontapés na bola no seio do clube que seria o "do seu coração".
Mais tarde, em 1919, iniciaria um percurso desportivo que fez dele uma enorme glória do F.C. Porto.
Hall foi um avançado que se destacou pela extrema cortesia e "fair-play". Era uma figura viva, apaixonante, sempre de sorriso posto, um verdadeiro "gentleman". Numa altura em que os atletas eram inscritos por categorias (o F.C. Porto chegou a disputar os campeonatos de quartas categorias), Norman Hall, embora inscrito a meio da época (20-12-1919), passou desde logo a integrar o plantel de elite de que faziam parte, entre outros, Lino Moreira, José Magalhães Bastos, José Ferreira da Silva, Floreano Pereira, Hamilton, Joaquim Reis, Edward Bull, Lopes Carneiro, Velez Carneiro e Alexandre Cal, vindo a revelar-se um grande jogador e um excepcional desportista.
Estreou-se, com uma grande exibição, em 4 de Abril de 1920 na vitória (3-2) frente ao S.L. Benfica, em Lisboa, a primeira de muitas que o F.C. Porto, ao longo da sua gloriosa história, iria arrebatar a sul e na capital.
Era um jogador que, com raro espírito de solidariedade, se subordinava aos interesses da equipa. O denodo e qualidade técnica fizeram-no temido pelos adversários e, goleador nato, marcou inúmeros e decisivos golos.
Numa eliminatória do Campeonato de 1925/26, só à sua conta converteu 8 tentos (!) nos 10-0 do F.C. Porto.
A mais-valia que representava para a equipa fica comprovada pelo episódio que se conta dum jogo com o S.L. Benfica na época 1930/31 (28-06-1931 – Campo do Arnado, Coimbra). Aníbal José, jogador dos encarnados, algum tempo depois do encontro, confidenciou em entrevista à "Stadium":
"Deixei o Benfica quase por imposição de Vítor Silva a pretexto de ser incorrecto e de não querer obedecer-lhe, mas, aquando do desafio entre o S.L. Benfica e o F.C. Porto, em Coimbra, na final do Campeonato de Portugal, era o Norman Hall o melhor jogador portista, podendo estorvar o Benfica. Vítor Silva, o capitão de equipa, veio ter comigo e disse-me: Ó Aníbal, dá uma grande pancada no Hall, inutiliza-o, quando não estamos perdidos! Eu imediatamente fui ao encontro do Norman Hall e desanquei-o de tal maneira que os rapazes no campo disseram: lá mataram o Hall! O certo é que logo a seguir o Benfica fez dois golos, de nada valendo vir o desgraçado do Hall para ponta esquerda, visto que nada podia fazer... E na outra parte metemos outro golo, ficando o resultado em 3-0."
Norman Hall jogou durante toda a década de 1920/30 e em 1931 ainda tinha um papel transcendente na equipa. Foi capitão do F.C. Porto durante vários anos. Além dos que, com ele, se sagraram em 1921/22 os Primeiros Campeões de Portugal, teve, mais tarde, como companheiros outras velhas glórias do Clube entre as quais Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Pedro Temudo, Flávio Laranjeira, Álvaro Pereira, Avelino Martins, Francisco Castro e os míticos Miguel Siska e Artur de Sousa "Pinga", sendo que este iniciava uma carreira fulgurante no futebol português. Com alguns deles reconquistou o Campeonato de Portugal em 1924/25.
Hall, um grande atleta e um homem, com um coração enorme, que em todo o lado dignificou a imagem do Clube que amava. O facto de, juntamente com Abel D'Aquino Júnior, ser o único jogador de antanho a figurar na galeria dos sócios honorários do F.C. Porto, revela bem o destaque que alcançou no clube da Invicta.
A festa de despedida, em 1 de Julho de 1931, foi um tributo das gentes portistas ao homem e ao atleta.
A residir em Portugal desde os 8 anos de idade, pouco depois deu os primeiros pontapés na bola no seio do clube que seria o "do seu coração".
Mais tarde, em 1919, iniciaria um percurso desportivo que fez dele uma enorme glória do F.C. Porto.
Hall foi um avançado que se destacou pela extrema cortesia e "fair-play". Era uma figura viva, apaixonante, sempre de sorriso posto, um verdadeiro "gentleman". Numa altura em que os atletas eram inscritos por categorias (o F.C. Porto chegou a disputar os campeonatos de quartas categorias), Norman Hall, embora inscrito a meio da época (20-12-1919), passou desde logo a integrar o plantel de elite de que faziam parte, entre outros, Lino Moreira, José Magalhães Bastos, José Ferreira da Silva, Floreano Pereira, Hamilton, Joaquim Reis, Edward Bull, Lopes Carneiro, Velez Carneiro e Alexandre Cal, vindo a revelar-se um grande jogador e um excepcional desportista.
Estreou-se, com uma grande exibição, em 4 de Abril de 1920 na vitória (3-2) frente ao S.L. Benfica, em Lisboa, a primeira de muitas que o F.C. Porto, ao longo da sua gloriosa história, iria arrebatar a sul e na capital.
Era um jogador que, com raro espírito de solidariedade, se subordinava aos interesses da equipa. O denodo e qualidade técnica fizeram-no temido pelos adversários e, goleador nato, marcou inúmeros e decisivos golos.
Numa eliminatória do Campeonato de 1925/26, só à sua conta converteu 8 tentos (!) nos 10-0 do F.C. Porto.
A mais-valia que representava para a equipa fica comprovada pelo episódio que se conta dum jogo com o S.L. Benfica na época 1930/31 (28-06-1931 – Campo do Arnado, Coimbra). Aníbal José, jogador dos encarnados, algum tempo depois do encontro, confidenciou em entrevista à "Stadium":
"Deixei o Benfica quase por imposição de Vítor Silva a pretexto de ser incorrecto e de não querer obedecer-lhe, mas, aquando do desafio entre o S.L. Benfica e o F.C. Porto, em Coimbra, na final do Campeonato de Portugal, era o Norman Hall o melhor jogador portista, podendo estorvar o Benfica. Vítor Silva, o capitão de equipa, veio ter comigo e disse-me: Ó Aníbal, dá uma grande pancada no Hall, inutiliza-o, quando não estamos perdidos! Eu imediatamente fui ao encontro do Norman Hall e desanquei-o de tal maneira que os rapazes no campo disseram: lá mataram o Hall! O certo é que logo a seguir o Benfica fez dois golos, de nada valendo vir o desgraçado do Hall para ponta esquerda, visto que nada podia fazer... E na outra parte metemos outro golo, ficando o resultado em 3-0."
Norman Hall jogou durante toda a década de 1920/30 e em 1931 ainda tinha um papel transcendente na equipa. Foi capitão do F.C. Porto durante vários anos. Além dos que, com ele, se sagraram em 1921/22 os Primeiros Campeões de Portugal, teve, mais tarde, como companheiros outras velhas glórias do Clube entre as quais Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Pedro Temudo, Flávio Laranjeira, Álvaro Pereira, Avelino Martins, Francisco Castro e os míticos Miguel Siska e Artur de Sousa "Pinga", sendo que este iniciava uma carreira fulgurante no futebol português. Com alguns deles reconquistou o Campeonato de Portugal em 1924/25.
Hall, um grande atleta e um homem, com um coração enorme, que em todo o lado dignificou a imagem do Clube que amava. O facto de, juntamente com Abel D'Aquino Júnior, ser o único jogador de antanho a figurar na galeria dos sócios honorários do F.C. Porto, revela bem o destaque que alcançou no clube da Invicta.
A festa de despedida, em 1 de Julho de 1931, foi um tributo das gentes portistas ao homem e ao atleta.
Palmarés
2 Campeonatos de Portugal
12 Campeonatos do Porto
elaborado por Fernando Moreira
2 comentários:
Este é um dos tais posts, que só indo aos famosos arquivos, me permitiriam acrescentar??? qualquer coisa, como não tenho essa possibilidade, hoje, apenas digo que também naqueles tempos, já havia caceteiros para inutilizar jogadores, eram os Katsouranis da altura.
Um abraço
Tenho de admitir que nunca tinha ouvido falar deste atleta, que, pelo que aqui li, é um grande nome do nosso clube.
É também por isto que gosto de visitar este blog, porque me permite sempre aprender qualquer coisa sobre o grande FCP.
Cumprimentos,
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